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Dr. Wagner Guimarães Lemos
Lesões do Joelho
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Saiba o que É a lesÃo do ligamento cruzado anterior


A articulação do joelho contém dois ligamentos cruzados que tem a função de impedir o movimento de translação (desvio) anterior ou posterior da tíbia em relação ao fêmur. Eles se chamam cruzados, porque se cruzam no centro da articulação.

As lesões do LCA ocorrem geralmente por mecanismos onde o estresse no ligamento é grande o suficiente para causar uma ruptura. Habitualmente o trauma ocorre em atividade esportiva como futebol, wakeboard, lutas marciais, etc. As lesões podem ser parciais ou totais dependendo do movimento, força e alongamento. Quase sempre a lesão é dada por uma manobra de torção, e desaceleração súbita geralmente seguida de estalo (que pode ser audível ou apenas a sensação) e hemartrose (acúmulo de sangue) que ocorre algumas horas após o trauma. Outro mecanismo comum de lesão do LCA é quando o indivíduo salta e ao voltar do salto, promove uma força de extensão forçada do joelho, ou seja, é ocasionada uma hiper-extensão.

Fases de cicatrizaÇÃo do LCA e reabilitaÇÃo

O conceito da cicatrização do enxerto e aderência aos túneis após a reconstrução do ligamento cruzado anterior deve ser desenvolvido em paralelo à reabilitação e ao treino do paciente. Ao processo de integração do enxerto aos túneis ósseos, chamamos de ligamentização que segue algumas etapas, nas quais haverá alteração na resistência do enxerto. É importante que o paciente entenda que mesmo que ele esteja se sentindo muito bem, o enxerto estará em alguma fase da ligamentização.
Imediatamente após a reconstrução do ligamento cruzado anterior, há sangramento articular e indução de mediadores da inflamação. Haverá então, sequencialmente:

1. Necrose :
O enxerto avascular é invadido por células inflamatórias. Dura, em média, 2 a 3 semanas.

2. Revascularização :
Penetração de vasos sanguíneos no enxerto avascular. Leva de 4 a 6 semanas.

3. Repopulação:
Há ploriferação celular. Dura, em média, de 6 a 12 semanas.

4. Reestruturação da matriz extra-celular :
Células produzem matriz extra-celular. Dura de 4 a 6 meses.

5. Sinovialização:
Também conhecido como estágio de remodelação lenta.
Seria o estágio final e lento da cicatrização. Nesta fase, o enxerto estará
macroscopicamante e estruturalmente, muito semelhante ao ligamento cruzado anterior previamente existente. Dura de 6 a 12 meses.

Com relação à resistência do enxerto, verifica-se a seguinte progressão:

• 53% até o 3º mês
• 45% do 3º ao 6º mês
• 81% do 6º ao 9º mês
• 90% no 12º mês

 Note que do 3º ao 6º mês, em tese, seria a época de menor resistência do enxerto e coincide com a fase de 100% de independência para atividades da vida diária, como subir e descer escadas, dirigir e trotar. Mesmo após uma reabilitação muito bem feita, o retorno ao esporte ainda é contra-indicado, pois uma entorse aparentemente inócua pode afrouxar o enxerto e comprometer o resultado da cirurgia.

Reabilitação x ligamentização

 Como dito anteriormente, a “ligamentização” é a cicatrização e aderência do enxerto do LCA aos túneis ósseos. É um processo que se inicia imediatamente após a cirurgia e se completa após 01(um) ano. Passa por diversas fases até que o enxerto seja igual ao ligamento nativo de maneira micro e macroscópica.
Neste período, o objetivo da reabilitação é manutenção da amplitude de movimento, retorno da força muscular, treino de equilíbrio (proprioceção) e tratamento dos déficits e desequilíbrios musculares. As fases da reabilitação correm em paralelo com a da ligamentização. A cada mudança de fase é importante que seja feita uma reavaliação ortopédica para conferir a reação do joelho ao tratamento cirúrgico.

Fases de reabilitaÇÃo do ligamento cruzado anterior

Fase I (1º sem):
Objetivo – controle da dor e edema;
Repouso relativo;
Exercícios isométricos para quadríceps;
Marcha com muletas e carga parcial;
Especial atenção deve ser dada para que se consiga a extensão completa do joelho.
 
Fase II (2º a 4º semana):
Objetivo – ganhar arco de movimento (mínimo de 0º a 90º);
2º semana: exercícios isométricos, flexão ativa (em prono ou sentado) e mobilização da patela;
Ganho progressivo de ADM, até flexão simétrica em relação ao lado contralateral;
Retirada das muletas;
3º semana: inicia bicicleta estacionária sem carga;
4º semana: acrescenta ½ kg de carga nos exercícios isométricos.
 
Fase III (2º mês):
Objetivo – iniciar ganho muscular e controle motor;
Alongamento de isquiotibiais, muito cuidadoso se o enxerto utilizado foi o semitendíneo;
Treinamento de marcha, iniciar o apoio com o calcanhar, forçando a extensão, sem claudicar (mancar);
Carga progressiva nos exercícios isométricos.
 
Fase IV (3º e 4º meses):
Objetivo – incentivar ganho muscular e propriocepção;
Inicio das atividades em academia de ginástica (poderá se iniciado antes, desde que autorizado pelo cirurgião);
Exercícios de cadeia cinética fechada – bicicleta, “leg press”, mesa flexora, “stepper”; Exercícios proprioceptivos;
Manter os exercícios isométricos;
Inicia corrida progressiva (esteira).
 
Fase V (após 4 meses):
Treinamento dos exercícios de impacto;
Inicia corrida progressiva (pista);
Alongamentos gerais.
 
Fase VI (após 6 meses):
Treinamento esportivo e programa de manutenção;
(exercícios aeróbicos e localizados);
Incentivado o treinamento esportivo específico do paciente, sem competição.
 
Fase VII (após 9 meses):
Retorno ao esporte competitivo.

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