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Dr. Wagner Guimarães Lemos
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Lesão da Cartilagem Articular - Artrose



A cartilagem articular é uma estrutura resistente e elástica que recobre a superfície dos ossos que compõe uma articulação. Dependendo da articulação sua espessura varia de 1,0 mm a 5,0 mm e ela é tanto mais espessa quanto maior for a solicitação articular. Uma das superfícies articulares mais espessas do corpo humano é a da patela, devido ao seu alto grau de solicitação. Uma patologia freqüente é a condromalácia (amolecimento) da cartilagem da patela por sobrecarga.

Os principais componentes da cartilagem articular são as fibras colágenas, responsáveis pela resistência da cartilagem, e os proteoglicanos, principalmente as glicosaminas e condroitinas, responsáveis pela elasticidade da cartilagem articular. Os condrócitos são as células responsáveis pela formação de todos os elementos da cartilagem articular. Todos estes elementos estão mergulhados em água, sendo ela responsável por 85 % do peso de uma cartilagem.

Uma vez feito o diagnóstico de uma lesão condral no joelho, o seu tratamento se impõe e deverá ser feito de acordo com a extensão da mesma. Nos casos de osteoartrose avançada o tratamento se baseia em correções de alinhamento do joelho e próteses parciais ou totais. Nos pacientes jovens com lesão cartilaginosa localizada, inicialmente o tratamento deve ser conservador, através de medicamentos específicos para o tratamento de artrose, que podem ser sistêmicos ou locais dependendo da resposta e gravidade da lesão. Também é de fundamental importância que seja instituído o tratamento fisioterápico com exercícios regulares de fortalecimento e alongamento de grupos musculares específicos. Outras medidas importantes são a orientação ao paciente quanto ao seu controle de peso e quanto aos seus  limites nas atividades físicas esportivas.

Nos casos de lesões condrais localizadas é importante que se institua o tratamento adequado, pois podem evoluir para lesões extensas (osteoartrose) em curto espaço de tempo. O tratamento medicamentoso para estas lesões é limitado e baseia-se no uso de suplementos alimentares (glicosaminas, condroitinas), drogas condroprotetoras (diacereína, etc.), e reabilitação fisioterápica, sendo que o uso desta conduta é inconclusivo. Em casos selecionados se propõe o tratamento cirúrgico visando restaurar a cartilagem comprometida. Isso pode ser feito por “microfraturas” (cirurgia por artroscopia que promove o sangramento intra-articular e preenchimento da área lesionada com células tronco que têm o potencial de formar cartilagem), ou mais modernamente pelo transplante de condrócitos retirados do próprio paciente. Estes procedimentos quando bem executados levam ao preenchimento da lesão por um tecido com características biológicas semelhantes à cartilagem normal.

Na imagem verifica-se uma lesão cartilaginosa no fêmur.